Movimentos da população em situação de rua (MNPR, MEPSR e MNLDPSR) realizaram um ato em frente à sede da Prefeitura de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (19), Dia de Luta da População em Situação de Rua. Entre as reivindicações estavam a ampliação de programas de moradia e emprego, maior oferta de alimentação e banheiros, e melhores condições nos centros de acolhimento.
O programa Reviravolta da População em Situação de Rua, do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, esteve no ato, cobrando que a população em situação de rua tenha acesso a políticas públicas de inclusão e de trabalho.
A população em situação de rua vive em extremo abandono e miséria, exposta aos riscos da violência e da discriminação, e sem acesso aos direitos essenciais.
Dia de Luta da População em Situação de Rua
O dia 19 de agosto entrou oficialmente no calendário municipal depois do Massacre da Sé, ocorrido na mesma data em 2004, quando pessoas em situação de rua que dormiam no Centro foram brutalmente atacadas; sete delas morreram e outras oito ficaram feridas, mas ninguém foi punido.
Tanto o projeto que incluiu a data no calendário da cidade, quanto a Política Municipal para a População em Situação de Rua, que virou lei em 2020 são de coautoria do vereador Eduardo Suplicy (PT).
Como funciona o Reviravolta?
Após fazerem oficinas de integração, os participantes do programa Reviravolta são inseridos em atividades de separação, preparo e venda de materiais recicláveis. O objetivo é estabelecer processos de rotina e estabilização das condições de vida, de aprendizado de uma atividade lucrativa e de desenvolvimento de trabalho coletivo. Essas experiências propiciam preparo para o trabalho formal.
O programa também busca parcerias com organizações que acreditam e se dispõem a fazer parte desta rede de acolhimento e solidariedade. Atualmente, a Cooperativa de Catadores Coopere-Centro tem sido um exemplo desta parceria institucional. Lá, são mantidos técnicos que, conjuntamente e com respeito à autonomia da coordenação, já contribuíram com a inclusão no mercado formal de trabalho de 150 pessoas com trajetória de rua.
O programa visa, ainda, participar e contribuir em rede de articulação em defesa da população de rua, a fim de incidir em processos de construção de políticas públicas que resgatem os direitos humanos desta população marginalizada pela sociedade.