Em meados de agosto, aconteceu uma audiência pública na Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara de São Paulo, para debater sobre o PIU Arco Jurubatuba. O Centro Gaspar Garcia esteve presente, junto com diversas comunidades que terão suas vidas impactadas pelo empreendimento.
O PIU Arco Jurubatuba é um Projeto de Intervenção Urbana da Prefeitura de São Paulo do ano de 2018, que pretende remover centenas de famílias para a instalação de obras viárias e parques lineares ao longo da fronteira definida pelas linhas de transmissão de energia e por dutos subterrâneos. Uma das medidas do projeto seria a criação de um ”muro verde” que cercaria a linha de transmissão de energia e separaria a parte rica do distrito da mais pobre.
Na audiência pública sobre o PIU Arco Jurubatuba foi trazida ao debate a preocupação com os processos de gentrificação e consequente expulsão das comunidades, como ocorreu nas Operações Urbanas como na Água Espraiada, cuja lei municipal foi promulgada há 20 anos, mas parte das obras está parada há mais de uma década, sem atendimento às famílias removidas do local.
Para evitar que esses impactos sejam causados, as comunidades apresentaram algumas reivindicações: que seja disponibilizado um recurso para a habitação popular, que as comunidades participem dos Conselhos Gestores dos processos de transformação dos bairros, que as Zonas Especiais de Interesse Social 1 (porções do território destinadas à moradia digna para pessoas de baixa renda) sejam preservadas e que os reassentamentos das famílias sejam garantidos.
Em projetos como o PIU Arco Jurubatuba é muito importante manter a mobilização popular em defesa do direito à moradia. As investidas para a remoção das comunidades da região seguirão avançando. Mas não é justo que as famílias da Vila Andrade, que dignamente estabeleceram suas moradias há tantos anos, sejam expulsas sem receber nenhuma alternativa.
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