São Paulo, 30 de novembro
Neste sábado, 30 de junho, aconteceu o evento Diálogos sobre o Enfrentamento à Violência contra Defensores e Defensoras de Direitos Humanos, promovido pelo projeto Defendendo Direitos, do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos. Realizado no Sepac Paulinas, em São Paulo, o encontro reuniu integrantes de movimentos de moradia, trabalhadores ambulantes e pessoas em situação de rua.
Sheila Marcolino, coordenadora geral do Centro Gaspar Garcia, abriu o evento relembrando que a edição do encontro deste ano é uma continuação do “Encontro de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos em São Paulo: Fortalecendo as Lutas contra as Violências em Territórios Urbanos” realizado em junho do ano passado. Reveja aqui.
Em seguida, Benedito Barbosa, advogado e articulador social da entidade, trouxe um panorama das crescentes violências que ocorrem na cidade de São Paulo, destacando o avanço do conservadorismo, o individualismo que, muitas vezes, supera o senso coletivo e os desafios de mobilização popular em defesa dos direitos humanos. Ele enfatizou a importância de unir diversos movimentos em prol de uma causa comum.
Em seguida, os cerca de 50 participantes foram organizados em grupos para discutir o cotidiano de seus territórios e debater formas de fortalecer uma rede de articulação e resistência na luta popular. Entre os temas abordados, destacaram-se questões como: “Quais elementos são essenciais para fortalecer a unidade coletiva?”, “Como enfrentar as diferenças dentro dos próprios movimentos?” e “Como podemos nos proteger e garantir a saúde mental?”, reflexões fundamentais para o avanço na luta pelos direitos humanos.
Valdina Silva Andrade, representante do Fórum dos Ambulantes, enfatizou a importância de oferecer apoio e informação para engajar as comunidades na luta. “Somos os mais vulneráveis e, ao mesmo tempo, aqueles que sustentam o sistema como está. Todos nós temos direito à sobrevivência, e nossa maior força surge quando nos unimos e trabalhamos juntos”, declarou.
O encontro foi encerrado com uma plenária, na qual os grupos compartilharam suas percepções. Entre os pontos levantados, destacou-se a relevância do levantamento e organização de dados como ferramenta para fomentar diálogos e fortalecer as conexões entre o poder público, o judiciário, as organizações e os movimentos sociais.
Outros temas discutidos incluíram estratégias de enfrentamento à violência policial, a necessidade de capacitações em comunicação estratégica e a criação de espaços de convivência e lazer. Também se mencionou a importância da participação ativa em conselhos municipais.
Os participantes compartilharam seus olhares sobre as dinâmicas estruturais da violência e seus impactos nos territórios. Além disso, discutiram formas de aprimorar as estratégias de enfrentamento, refletiram sobre as complexidades das violências urbanas e colaboraram na elaboração de uma agenda coletiva.
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
O Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos é uma organização não governamental que, desde 1988, atua na cidade de São Paulo junto a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para isso, atua na promoção da cidadania e inclusão a partir de quatro programas: Reviravolta da População em Situação de Rua, Moradia Digna, Trabalhadores Ambulantes e Defendendo Direitos.