Institucional

Quem somos

O Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos é uma organização ecumênica, não governamental, sem fins lucrativos ou econômicos. Desde 1988 atua junto a pessoas de baixa renda que possuem seus direitos violados, conferindo a esta população o papel de protagonista social.

A entidade é estruturada por um corpo de sócios, uma coordenação e uma secretaria-executiva. Os sócios, oriundos de organizações sociais e universidades, são profissionais e atores políticos que contribuem para o cumprimento da missão da instituição. A coordenação, eleita a partir dos associados, representa legalmente a organização e acompanha o cotidiano das atividades. Para se obter unicidade, transversalidade, articulações em redes e intervenções em políticas públicas, a secretaria-executiva coordena ações estratégicas de forma participativa entre equipes e parceiros.

Missão

Contribuir para a inclusão social de moradores de cortiços, favelas e habitações precárias, pessoas em situação de rua e catadores de materiais recicláveis, visando melhorar suas condições de vida por meio do processo de educação popular, da defesa dos direitos e da intervenção em processos de construção de políticas públicas, prioritariamente na região central de São Paulo. Tudo isso pensando na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Histórico

O Centro Gaspar Garcia nasceu da iniciativa de agentes das Pastorais Sociais da Região da Sé e militantes populares que atuavam com a população em situação de rua, com catadores de materiais recicláveis e com moradores de cortiços nas áreas centrais de São Paulo. Em 1984, essas pessoas iniciaram a articulação para construir uma organização empenhada nas lutas pelos direitos humanos, com o objetivo de estruturar e fortalecer os vários trabalhos pontuais já existentes, com base na educação popular. Essa iniciativa culminou na fundação, em 1988, do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, cujo nome foi escolhido em homenagem ao padre espanhol Gaspar Garcia Laviana.

A pobreza não era reconhecida em sua dimensão sócio-política pelos órgãos públicos e sua discussão se restringia apenas à periferia da cidade, região onde a militância popular era mais forte. Já os problemas sociais que se destacavam na área central de São Paulo, oriundos da estagnação econômica do país e dos altos índices de desemprego, consistiam em milhares de pessoas vivendo nas ruas, em catadores explorados pelos donos de depósitos, em péssimas condições de moradia e em práticas de exploração realizadas por intermediários em cortiços.

Os desafios pautavam-se na falta de políticas públicas capazes de oferecer condições dignas de moradia no centro da cidade e na falta de mobilização da população. Mesmo vivendo em moradias precárias, a opção da população de baixa renda era a de permanecer na região central, onde dispunha de infraestrutura social consolidada, ao invés de se submeter aos custos de transporte e às longas distâncias das periferias.

Quem foi Gaspar Garcia

Gaspar Garcia Laviana nasceu em 1941 em Les Roces (Langreo-Asturies), Espanha. Estudou filosofia, teologia e sociologia, tornando-se sacerdote na ordem dos Missionários do Sagrado Coração (MSC). Em Madri, trabalhou também como carpinteiro, conforme os ideais de um grupo de padres operários.

Em 1969, foi para a cidade de San Juan Del Sur, na Nicarágua, durante o regime ditatorial vigente no país. Sua ida se deu com o objetivo de trabalhar nas obras sociais junto à população empobrecida e vulnerável às injustiças e violações da dignidade humana.

Como militante cristão comprometido com essa população, Gaspar Garcia se aproximou da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), ingressando na luta armada em 1978. Morreu em combate aos 37 anos de idade.

Durante toda sua trajetória, Gaspar Garcia denunciou, em contos e poemas, a violência de que era testemunha. Após sua morte, tornou-se um mártir da luta dos direitos humanos na América Latina.

A luta de Gaspar Garcia nos motiva e nos inspira a seguirmos seus ideais de uma sociedade mais justa e fraterna.