A Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB/SP), por meio do Secretário Executivo de Projetos Estratégicos da Prefeitura, Alexis Galias de Souza Vargas, entrou com ação na 10ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo para pedir a remoção imediata de famílias em situação de extrema vulnerabilidade social que ocupam duas quadras na região da Cracolândia, na Luz.
Ignorando a grave fase de alastramento da pandemia do novo coronavírus na cidade, o representante da Secretaria de Governo do município pede urgência na remoção das famílias. No processo, ele ressalta, ainda, que a desocupação já está sendo articulada entre os Governos do Município e do Estado de São Paulo, antes da decisão judicial.
Sob uma perspectiva higienista e priorizando os interesses do mercado mobiliário, a ação menciona que os lotes para desapropriação fazem parte do projeto de Parceria Público Privada, conhecida como PPP Luz. Em maio de 2017, uma ação extremamente violenta chocou o país quando o prefeito de São Paulo na época, João Doria (hoje atual governador), comandou duros ataques aos usuários de crack que frequentavam a região, em uma fracassada tentativa de esvaziar o local. A operação teve resultados trágicos, deixando diversos feridos, incluindo crianças, e serviu apenas para pulverizar parte dos usuários de drogas, cuja concentração mudou de lugar algumas vezes pelo centro da capital paulista, mas até hoje segue na Cracolândia.
Histórico
Em maio de 2017, uma ação extremamente violenta chocou o país quando o então prefeito de São Paulo, João Doria, comandou duros ataques aos usuários de crack que frequentavam a região, em uma fracassada tentativa de esvaziar o local. A operação policial teve resultados trágicos, deixando diversos feridos, incluindo crianças, e serviu apenas para pulverizar parte dos usuários de drogas, cuja concentração mudou de lugar algumas vezes pelo centro da capital paulista, mas até hoje segue na Cracolândia.
Desde então, a violência policial segue. Assim como o pedido de Alexis Galias agora, na gestão Bruno Covas, a promessa era de que haveria uma ação multidisciplinar, envolvendo atendimento de saúde para os envolvidos, acolhimento da Assistência Social do município e capacitação e geração de renda para os usuários em estágio mais avançado, visando sua reintegração social. No entanto, tanto em 2017 como hoje, é notória a falta de articulação e de políticas efetivas que garantam resultados efetivos respeitando a dignidade humana.